Mensagem às mães em tempo de pandemia

Dom Carmo João Rhoden
Bispo emérito de Taubaté (SP)

 

Mensagem às mães em tempo de pandemia

Por ocasião do Dia das Mães

Ao compor essa mensagem escrita, quero iniciá-la transcrevendo a parte inicial de “O Retrato falado de Dom Ramon Angel Jara”, traduzido por Guilherme de Almeida (As mais belas poesias de exaltações às mães), organizado por Aparício Fernandes, página 11:

“Uma simples mulher existe que, pela imensidão de seu amor, tem um pouco de Deus; e pela constância de sua dedicação tem muito de anjo; que, sendo moça, pensa como anciã e, sendo idosa age com as forças todas da juventude; quando inculta, melhor que qualquer sábio desvenda os segredos da vida, e, quando sábia, assume a simplicidade das crianças; pobre, sabe enriquecer-se com a felicidade dos que ama, e, rica, empobrecer-se para que seu coração não sangre ferido pelos ingratos…”

Faço minhas estas palavras tão belas e as dirijo a todas as mães brasileiras, que estão sofrendo com o coronavírus e, muitas ainda mais, com a pobreza que atinge grande parte das mães. Não faço média. Sei o que significa ter uma boa mãe e uma abençoada família. Eu não seria o que sou sem o aporte dos meus pais. Lutaram. Ofereceram a vida pelo futuro de seus filhos e filhas. Agora, certamente, na glória da Trindade, gozam eternamente da visão beatificante. O exemplo de meu pai e de minha mãe foi proteção e segurança para a minha luta, na perseverança da vocação.

As grandes personalidades começam pelo amor, respeito, exemplo e proteção dos pais, mormente da mãe, que além de gerar o nascituro, o acompanha mais de perto, desde o nascimento. Incide, de modo vigoroso, na formação do caráter e da personalidade de seus filhos. Mães felizes, ou ao menos preocupadas com a felicidade plena de seus filhos, os preparam para as lides futuras. Nesse tempo de pandemia, felizes os lares assistidos e protegidos por mães vocacionadas para a missão assumida. Quanto sofrimento e tristeza percebemos quando vemos os acontecimentos repassados pela mídia: revoltas, separações de casais, suicídios e homicídios. A falta de emprego e a pobreza afetam os lares mais pobres. De outro lado, a solidariedade cristã nem sempre acompanha o fenômeno da marginalização social, mesmo que já tenhamos tido exemplos edificantes.

Dirijo-me às mães: nós, filhos e filhas, contamos muito convosco. Vós sois as heroínas das famílias ou, ao menos, podeis tornar-vos e, em parte, já o sois. Parabéns! Não quero me estender neste artigo, pois já sofreis bastante. Quero congratular-me com as mães guerreiras, na melhor acepção do termo, e outrossim suplicar às que estão quase sucumbindo, para que se reanimem e continuem à luta, pelo bem desse patrimônio maior que é a família.

Mais uma vez, parabéns! Às mães que lutam, muitas bençãos da parte de Deus. Às que estão tergiversando, iluminação e força, bem como paz eterna e visão beatifica para todas as mães que estão na casa do Pai, para toda eternidade. Parabéns, mães, pelo dia que vos é consagrado e por todos os dias de vossas vidas. Possa Maria mãe de Jesus Cristo, nossa e vossa, estar sempre bem presente em vossos e nossos lares!

Parabéns!

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