Cristo ressuscitou. Também nós seremos redivivos, mas com um corpo não mais corruptível. Nosso corpo material é perecível. O de Jesus e o de sua mãe não o são. Estes são milagres somente possíveis com o poder de Deus. Aliás, nossa fé cristã se baseia na ressurreição de Jesus. Não tivesse ressuscitado não teria provado suficientemente a nós sua divindade.

O apóstolo Paulo fala de nossa incorruptibilidade com novo corpo pelo poder de Deus: ‘Quando este ser corruptível estiver vestido de incorruptibilidade e este ser mortal estiver vestido de imortalidade, então estará cumprida a palavra da Escritura: ‘A morte foi tragada pela vitória” (1 Cor 15, 54). A morte física não é suficiente para derrotar nossa vida de pessoas humanas, criadas à imagem e semelhança de Deus. A própria morte revela como Deus faz vencer a vida, dando-nos a vida eterna com um corpo não mais sujeito às leis da matéria. Se Jesus tivesse vindo apenas para nos ensinar como viver no presente sem nos dar garantia de imortalidade feliz com Ele, nossa vida perderia o sentido. Não passaríamos de puros animais racionais. Ele nos mereceu a filiação divina por adoção e quer-nos todos juntos com Ele na eternidade.

A verdade pronunciada pela autoridade da Igreja, baseada na sã Tradição, sobre a assunção de Maria em corpo e alma para o céu, revela o plano salvífico de Deus. Ele preparou o terreno em Maria, enchendo-a de sua graça desde sua concepção e fez com que ela não sofresse, até em relação à não corrupção do corpo, as conseqüências do pecado original.

Maria, no entanto, criatura privilegiada de Deus, não teve apenas o corpo não desfeito pela morte. Sua perenidade de mãe do Filho de Deus permanece na história humana até o fim dos tempos. Jesus veio salvar a humanidade de todas as épocas. Sua descida aos lugares inferiores (inferno), ou seja, à mansão dos mortos, significa a regeneração da humanidade antes de sua vinda histórica. Os efeitos de sua salvação redundam abundantes também para todos os seus coetâneos e pósteros. Maria o acompanha na sua maternidade e plenitude de graça através de todas as gerações. Ela mesmo o profetizou: ‘Todas as gerações me chamarão de bem-aventurada’.

Mas a mulher santa que subiu ao céu em corpo e alma é exemplar e, por isso, imperecível, em humildade, confiança absoluta em Deus, fiel a seu sim dado a Ele e verdadeira discípula do Filho. Foi com Ele até à sepultura. Viu-O ressuscitado! Em vista deste fato, somente ganhamos no mesmo seguimento a Jesus quando procuramos imitar sua mãe, sendo seus fiéis ouvintes e seguidores. Assumimos a missão apresentada por Ele de anunciarmos o seu Reino a todos. Precisamos consertar a convivência humana com melhor ação de promoção da vida, da dignidade humana e do bem comum. Um ponto importante para isso, dentre outros, é também a boa escolha de candidatos políticos com grandeza moral e capacidade para um bom serviço à causa da justiça e do bem da sociedade. Oxalá os candidatos sejam de sim a Deus como Maria! O ser humano até pode enganar seu semelhante, mas a Deus não engana! Como é bom aprendermos a escolher os que não enganam! Maria não se enganou nem enganou ninguém. Seu exemplo vale ser seguido por todos!

Dom José Alberto Moura

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