Na Via-Sacra, papa Francisco lembra dos cristãos perseguidos

O papa Francisco presidiu a Via-Sacra, nesta Sexta-feira Santa, no Coliseu Romano. Dramas familiares do mundo atual, presença feminina na Igreja, abandono, indiferença, doenças, tráfico de seres humanos, crianças-soldados, regime de escravidão, pena de morte, entre outros, foram temas das meditações, conduzidas pelo bispo emérito de Novara, dom Renato Corti, que utilizou como referências textos do papa Paulo VI, do cardeal Maria Martini e do ministro paquistanês Shahbaz Bhatti, assassinado em 2001. Na 14ª estação, o papa Francisco fez uma oração na qual recordou os “irmãos perseguidos, decapitados e cruficicados pela fé”. Leia, abaixo, a íntegra da oração:

“Ó Cristo crucificado e vitorioso, a tua via-sacra é a síntese de tua vida, é o ícone de tua obediência à vontade do Pai, a realização do teu infinito amor por nós pecadores, a prova de tua missão e o cumprimento definitivo da revelação e da história da salvação. O peso da tua cruz nos liberta de todos os nossos fardos. Na tua obediência à vontade do Pai, nós nos damos conta da nossa rebelião e desobediência. Em ti vendido, traído e crucificado pela tua gente, nós vemos nossas cotidianas traições e infidelidades. Na tua inocência, vemos a nossa culpa; no teu rosto esbofeteado, cuspido e desfigurado, vemos a brutalidade dos nossos pecados. Na crueldade da tua paixão, vemos a crueldade do nosso coração e das nossas ações. No teu sentir-te abandonado, vemos todos os abandonados pelos familiares, pela sociedade, pela atenção e pela solidariedade. No teu corpo sacrificado e dilacerado vemos os corpos dos nossos irmãos abandonados nas ruas, desfigurados pela nossa negligência e indiferença. Na tua sede, Senhor, vemos a sede do teu Pai misericordioso que em ti quis abraçar, perdoar e salvar toda a humanidade. Em ti, divino Amor, vemos ainda hoje os nossos irmãos perseguidos, decapitados e crucificados pela sua fé em ti, sob nossos olhos ou com frequência com nosso silêncio cúmplice. Imprime em nosso coração sentimentos de fé, esperança, caridade, de dor pelos nossos pecados e leva-nos a nos arrepender pelos nossos pecados que te crucificaram. Leva-nos a transformar a nossa conversão feita de palavras em conversão de vida e de obras. Leva-nos a manter em nós uma recordação viva do teu rosto desfigurado para não esquecermos nunca o grande preço que tu pagaste para nos libertar. Jesus Crucificado, reaviva em nós a fé , que ela não ceda diante das tentações. Reaviva em nós a esperança, para que não se perca seguindo as seduções do mundo; guarda em nós a caridade, que não se deixe enganar pela corrupção e a mundanidade. Ensina-nos que a Cruz é o caminho para Ressurreição. Ensina-nos que a Santa-feira Santa é a estrada para a Páscoa de luz. Ensina-nos que Deus jamais esquece nenhum de seus filhos e jamais se cansa de nos perdoar e de abraçar com a sua infinita misericórdia. E ensina-nos a não nos cansar de pedir perdão e de acreditar na misericórdia sem limites do Pai”.

 

Com imagem e informações da Rádio Vaticano

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