Inspirados em Maria, Mãe de Deus, Mãe do Príncipe da Paz, “não permitamos que nos roubem a esperança”. Este é o eixo central do artigo preparado pelo arcebispo de Porto Alegre (RS), dom Jaime Spengler, para a última semana do ano. “Possa o ano de 2018 ser marcado por verdadeira paz, fruto da justiça, do empenho de todos pela preservação e promoção do bem comum; pela determinação de jovens, mulheres e homens em colaborar para deixar o mundo um pouco melhor para as futuras gerações”, desejou dom Jaime para o ano que terá início na próxima segunda-feira.
Destacando a Solenidade do dia 1º de janeiro, e a figura de Maria, o arcebispo de Porto Alegre fez seus votos para o novo ano com um convite a fortalecer a esperança. “Vivemos tempos que premem pelo despertar da fé e por uma piedade mariana autêntica, restituindo-lhes toda sua grandeza. Esta é uma exigência que nos vêm da própria obra da evangelização, do ecumenismo, da atenção à cultura e aos movimentos sociais”.
Após resgatar a origem do título de Maria, Mãe de Deus e a santidade que lhe vem de Cristo, dom Jaime indica que a contemplação da figura da Virgem de Nazaré faz perceber que, “no pequeno, Deus esconde o grande; no opaco, o transparente; e no simples, o sublime”.
E continua, citando o papa Francisco, “Ela ‘não é uma mulher que se deprime face às incertezas da vida, especialmente quando nada parece correr bem. Nem sequer uma mulher que protesta com violência, que se enfurece contra o destino da vida que muitas vezes nos revela um semblante hostil. Ao contrário, é uma mulher que ouve: não vos esqueçais que existe sempre uma grande relação entre a esperança e a escuta, e Maria é uma mulher que ouve. Maria acolhe a existência do modo como se apresenta a nós, com os seus dias felizes, mas também com as suas tragédias que nunca gostaríamos de ter encontrado’”.
Superação da violência
A aspiração pela paz, a superação da violência também são desejos para 2018. O primeiro dia do ano, além da solenidade mariana, também é o Dia Mundial da Paz.
No Brasil, sofremos e estamos quase estarrecidos com a violência. Queremos paz e somos confrontados com todo tipo de violência. A ética que norteava as relações sociais está esquecida. Agressividade, violência, morte e corrupção permeiam a sociedade. Nesse contexto, assiste-se a manifestações de alguns membros da classe política e também do judiciário que causam vergonha. A única coisa que parece importar são os indicadores econômicos, favoráveis a uma pequena parcela da sociedade.
Para um ano novo de paz, dom Jaime Spengler pede: “Maria, Mãe de Deus, Mãe do Príncipe da Paz, nos acompanhe no caminho da superação da violência, construindo paz e concórdia”.