A Diocese de Palmeira dos Índios cumpre o doloroso dever de comunicar o falecimento do seu segundo Bispo, D. Epaminondas José de Araújo, ocorrido hoje, em João Pessoa (PB).
A irreparável perda causa profunda consternação no coração do Bispo, do clero e de todos os diocesanos que tiveram a graça de conhecer e conviver com um grande homem, um autêntico cristão, um zeloso sacerdote e um piedoso Bispo.
Filho de José Epaminondas de Araújo e Lídia Queirós de Araújo, Epaminondas José de Araújo nasceu no dia 19/03/1922, em Caiçara (PB). Cursou o Primário em Guarabira (PB), de 1931 a 1934, e o Ginasial em João Pessoa (PB), de 1935 a 1938. Chamado por Deus para o sacerdócio ministerial aos 16 anos de idade, fez o curso de Filosofia no Seminário Arquidiocesano da Paraíba, de 1939 a 1940, e o de Teologia na mesma Casa de Formação, de 1941 a 1945. Ordenou-se sacerdote no dia 12/08/1945, em João Pessoa (PB). Como presbítero, exerceu o ofício de Vigário nas paróquias paraibanas de Alagoinha (1951), Araruna (1952-1953), Alagoa Grande (1954-1957), e na Catedral da Arquidiocese da Paraíba (1958). Foi Professor no Seminário Arquidiocesano em João Pessoa (1946), além de Capelão no Orfanato Dom Ulrico e no Colégio das Neves. De 1958 a 1959, foi Diretor do Jornal “A Imprensa”, em João Pessoa.
No dia 14/12/1959, quando tinha apenas trinta e sete anos de idade, foi escolhido para o episcopado pelo Beato Papa João XXIII, que lhe confiou a diocese de Rui Barbosa (BA), da qual foi o primeiro Bispo. Sua consagração episcopal ocorreu no dia 27/03/1960, em João Pessoa (PB). No mês seguinte, desposou sua primeira diocese, que pastoreou com esmerado zelo apostólico e abnegado espírito pastoral durante seis anos. Nesse período, participou do Concílio Vaticano II (1962-1965) como Padre Conciliar. Em 1966, o Servo de Deus Papa Paulo VI transferiu-o para a diocese de Anápolis (GO), da qual também foi o primeiro Bispo. Durante doze anos (1966-1978), D. Epaminondas dedicou-se incansavelmente ao ministério da palavra, ao culto divino e ao pastoreio dos fiéis e do clero daquela Igreja particular, que nutre ainda hoje por ele indelével gratidão e verdadeiro amor. Em 1978, pouco antes de sua morte, o mesmo Papa Montini transferiu D. Epaminondas para Palmeira dos Índios, que o acolheu com intenso júbilo. Nos seis anos que passou conosco, o ilustre ausente cativou a nossa diocese com o seu jeito simples, afável e acolhedor. Homem da oração e da ação, ardia de zelo pela liturgia, consumia-se pelos seus sacerdotes, dedicava-se aos religiosos e leigos, empenhava-se pelas vocações, dava a sua vida pelos pobres.
Fiel ao lema do seu brasão episcopal (In Verbo Tuo [Na Tua Palavra]), D. Epaminondas era um grande pregador e um habilidoso escritor. Publicou os seguintes livros: “O Leigo na Igreja” (Ed. Vozes, 1971); “Caminhos de Crescimento” (Ed. Paulinas, 1975); “Minha Igreja Peregrina” (Ed. Paulinas, 1977); “Um Jovem Nonagenário” (Ed. Universidade Federal de Alagoas, 1983); “Itinerário de um Bispo” (Ed. Chaves, 1984); “Liturgia e Vida Cristã” (Ed. Chaves, 1986). Sua renúncia foi aceita pelo Servo de Deus Papa João Paulo II no dia 28/11/1984.
Ao tempo em que toda a Igreja que peregrina nessas terras palmeirenses chora a entrega da alma do seu segundo pastor ao seio do Pai, bendizemos e glorificamos a Deus porque o Colégio Episcopal teve um membro tão insigne, porque a diocese de Palmeira dos Índios teve um pastor tão santo e porque no Céu, a partir de agora, temos um intercessor tão ilustre, integrante daquela nuvem de testemunhas (Hb 12, 1) que por nós intercede continuamente junto a Jesus, para quem caminhamos pressurosos e com o qual, um dia, esperamos reinar eternamente, no tabernáculo de Deus com os homens (Ap 21, 3).
Descanse em paz, no seio da Trindade, amado e inesquecível D. Epaminondas!
Palmeira dos Índios, 9 de junho de 2010
D. Dulcênio Fontes de Matos
Bispo de Palmeira dos Índios
