A celebração da Epifania ou revelação de Cristo à humanidade, através do encontro dos Sábios do Oriente, ou Reis Magos, apresenta-nos a Nova Luz para enxergarmos Deus na criança nascida em Belém. Não é sem ser providencial a estrela ter aparecido àqueles homens em busca do Salvador. Como ver o caminho e encontrar o Rei, apenas nascido, sem uma luz inusitada, demonstrando o acontecimento extraordinário para a humanidade? Sem a fé não se percebe a presença de Deus em nossa história. A ciência, o saber humano e todas as descobertas das leis da natureza podem ser instrumentos válidos de busca. Mas a certeza de se encontrar o Messias passa pela luz da mesma fé.

Acabamos de ter empossados os novos dirigentes civis de nossos Municípios, seja da área administrativa seja da legislativa. A Nova Luz do Menino-Deus vem dizer-lhes sobre a necessidade absoluta de se perceber o quanto as faces sofridas dos seres humanos, imagens de Deus, precisam de sua atenção especial para saírem das exclusões em que se encontram. Qual será o futuro das crianças e adolescentes sem famílias com condições de dar-lhes guarida de amor, educação e meios de subsistência digna? Que futuro terá a juventude pobre, muitas vezes à mercê da máfia da droga? O que dizer dos sem tudo para terem vida decente com casa, terra, trabalho e acesso aos meios mínimos de sobrevivência?

A consciência do encontro com o Salvador, nascido em Belém e visitado pelos Magos, deve levar a todos a se unirem para o encontro de melhores soluções para praticarmos o amor por Ele apresentado. “Os povos caminham à tua luz e os reis ao clarão de tua aurora” (Is 60, 3).

É tempo de união de esforços, superando-se as oposições e as rivalidades para o serviço qualificado na direção de promoção do bem comum. Todos, aceitando a luz de Belém, nos colocamos no caminho daquele que não veio vingar-se de nossos pecados. Antes! Veio justamente ajudar-nos a superá-los com o perdão, a disponibilidade, o sacrifício de si, a misericórdia e o amor sem barreiras!

Convictos da realidade da Criança especial, nascida no Natal, como os Sábios do Oriente assumimos a missão de levarmos sua Boa-Nova ou a certeza de que não caminhamos só com nossas pernas. Deus nos garante sua presença e ajuda para enfrentarmos as barreiras do orgulho e da ambição humana, para nos condoermos com os que sofrem e colocarmos todo nosso potencial e ajuda na implantação do novo critério de convivência, em que priorizamos a vontade d’Ele. Deus quer o bem para todos os seus filhos e ensina-nos de modo humano a sermos solidários com o semelhante e a darmos base para a justiça misericordiosa. Esta nos faz trabalhar para a convivência de promoção de todos, a partir dos que mais são fragilizados por suas condições sociais.

Dom José Alberto Moura

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