É evidente que me refiro ao Espírito por excelência, de cuja pessoa a alma de Jesus estava repleta. Jesus é o Santo, o perfeito, porque de “seu seio jorram rios de água viva” (Jo 7, 38). Se você é discípulo de Jesus, garantidamente terá o agente motivador da existência – o Paráclito – no centro de sua vida. Há poucos dias tive ocasião de ler um artigo, na Revista “Seleciones de Teologia”, assinado por um teólogo muito badalado entre nós – embora seja teólogo mirim – onde o autor apresentava uma visão muito rasteira do uso do poder dentro da Igreja. Trata-se de uma visão, distante dos objetivos do fundador da Igreja, com destaque apenas para as intrigas, a satisfação da prepotência, as traições e as vinganças. Tudo seria apenas luta pelo poder, sem preocupação por prestar serviços ao povo de Deus. Enfim, sem nenhuma mentalidade religiosa. Isso é muito pouco.
Para entender o sentido positivo da influência do Espírito, vou descrever o que produz de negativo a sua ausência, segundo interpretação de Atenágoras, grande patriarca de Atenas. Você saberá deduzir, de modo fácil, o que resulta de construtivo da presença benéfica do Vivificador.
Sem a iluminação do Alto, você acredita em Deus, mas ele é apenas um ser distante e “ocioso”. Cristo, teoricamente, é o Mestre. Mas na prática é uma figura do passado, que pouco tem a lhe dizer. Sem a presença da Sabedoria divina, a Bíblia é um livro “interessante”, mas morto. A Igreja é uma simples organização social, e por cima, confusa. A autoridade na Igreja é pura busca de afirmação de poder. A evangelização, que é o grande chamariz do pós-Conferência de Aparecida, não passa de truques de propaganda, tipo Petrobrás. As celebrações litúrgicas, não são atualizações para o povo de hoje, mas mero teatro de fatos arcaicos. Seguir preceitos morais, é tornar-se escravo. Refiro-me também aos conflitos dentro da Igreja, sempre possíveis de acontecer: se provierem do Espírito da Unidade, são benéficos, porque aumentam a força de coesão, e a santificação. Mas se são alimentados pelo espírito do mal, levam à desunião e à destruição. “Mantenham entre vocês laços de paz, para conservar a unidade do Espírito” (Ef 4, 3).