Ela passou pelas ruas, avenidas, praças de nossa cidade e até mesmo deslizou pelas águas da baía do Guajará! Passou, conduzindo-nos a todos nós, seus filhos, numa caminhada de fé e manifestação de esperança.
Ela, serva do Senhor, chamada e escolhida por Aquele que sempre existiu para ser a mãe do Seu Filho, nosso
Salvador, que, armando sua tenda em nosso tempo tornou-se o caminho que conduz a humanidade para a verdadeira vida, desde que acreditem em Sua Palavra e Missão.
Ela sentiu de novo as preocupações e necessidades de seu povo, como ocorreu nas Bodas de Caná: viu que seu povo não tinha mais o “vinho” da alegria, da paz, da fraternidade, da vida nova e estava vivendo na “água” da violência, da guerra, da fome, da desunião, do egoísmo quase bárbaro de vidas nômades individualistas.
Temos certeza de que Ela novamente se apresentou, como faz sempre, a Jesus, Seu Filho e nosso Salvador, intercedendo pelo seu povo: “Eles não têm mais vinho”. Ela, a mãe e filha de Deus, tornou-se a nossa Rainha por ter aceitado o chamado que o Todo Poderoso lhe fizera através do Arcanjo.
Sim, ela passa anunciando a todos que todos os seus dons e privilégios lhe advêm por causa de Jesus, seu Filho – desde a sua Imaculada Conceição até a Assunção – tudo é mérito do Filho que ela anuncia!
Ela passa por nós aclamada como Mãe, dada do alto da cruz pelo seu próprio Filho para nós, e como Rainha acolhida pelo Pai nos céus Ela o faz como primeira cristã, missionária, evangelizadora! Ela, mais do que ninguém anuncia o grande Mistério da Encarnação – o Filho de Deus, o Verbo, a Palavra, se fez carne em seu seio por obra do Espírito Santo e nasceu no meio de nós como homem e, feito obediente, deu sua vida por nós na Cruz. Eis o Mistério da Redenção!
Ela passa anunciando Jesus que traz em seus braços! Ela, a Maria de Nazaré, que por tanto tempo O levou pelas estradas e ruas da pequena cidade da Galiléia, agora o faz pelas vias de nossa Metrópole, proclamando a todos a grande notícia aguardada: o Salvador do mundo está vivo e ressuscitado no meio de nós!
Ela sabe que temos necessidade de mudanças, transformações, tanto pessoais como familiares, comunitárias e sociais. Por isso mesmo, para que a “água” de nossa velha vida se transforme no “vinho” novo de uma nova humanidade renascida segundo o Plano de Deus, Ela nos dá o caminho: “Fazei tudo o que Ele vos disser”.
Sim, Ela passa gritando a esse mundo em mudança e que perdeu muitos valores importantes da vida humana: não se esqueçam de Deus! Busquem ao Cristo e Sua mensagem, abram os seus corações para o Senhor!
O Espírito Santo colocou no coração de tantas pessoas a necessidade de irem para as praças e ruas para escutar esse anúncio não só com o intelecto, mas também com o coração e com as emoções para que a Palavra Encarnada penetrasse no mais íntimo de nós e nos fizesse novos.
E Ela mesma passou dando-nos o seu exemplo ao chamado de Deus para uma missão, para uma nova vida: não tenham medo de deixar-se mudar completamente, inclusive seus planos, e digam também: “Faça em mim, segundo a Vossa Vontade, cumpra-se em mim a Palavra de Deus”.
Ela anuncia pelo silêncio, pelo exemplo e pelas palavras conservadas nas Escrituras Sagradas: é tempo de renascer, é tempo de reavivar a fé, é tempo de primavera pascal em nossos corações!
Ela passou e continua a passar como um grande sinal que surgiu entre nós. Há mais de 308 anos quis a Providência que brotasse no Igarapé Murucutu, na antiga estrada do Maranhão, esse pequeno ícone encontrado pelo caboclo Plácido e começasse, pela ação do Espírito Santo no meio de nosso povo, esse grande movimento de espiritualidade mariana que, depois de aprovado pelas autoridades da Igreja, continua recordando as raízes dos valores essenciais da vida humana na revelação cristã.
Feliz Belém do Pará que mesmo tendo crescido e se tornado uma grande metrópole não perdeu manifestações puras e belas como estas! Feliz povo de Deus que mesmo com todas as críticas que hoje brotam continua respondendo ao chamado do Senhor para o Seu Povo. Felizes somos nós, raça escolhida e nação santa para ser para todo o nosso tempo sinais de contradição, anunciando que um novo mundo é possível quando o coração do homem e da mulher não se esquece de Deus que os criou e vivem de acordo com os ensinamentos deixados pelo Cristo, Senhor e Salvador nosso.
Ela passou anunciando, chamando, conduzindo: nós respondemos participando, ouvindo, rezando, aclamando. Falta agora, com a graça do Espírito Santo, colocar em prática o que o Seu Filho nos ensinou.
Que o Círio que participamos nos ajude a viver uma nova vida!