Observador da Santa Sé na ONU: em defesa dos imigrantes

O observador permanente da Santa Sé junto ao escritório das Nações Unidas (ONU) em Genebra, Suíça, dom Silvano Maria Tomasi, interveio, essa semana, na 99ª seção do Conselho da ONU para as Migrações. Ele falou da importância de se renovar os esforços no sentido de contrastar os estereótipos sobre os imigrantes e não mais ignorar as suas contribuições.

Segundo dom Tomasi, o prolongamento da crise econômica fez com que novos limites fossem impostos às migrações. “Muitas vezes essas medidas foram tomadas com base em preocupações legítimas de segurança, mas também foram muito influenciadas pela opinião pública. Em muitos casos criou-se até uma percepção de rejeição e medo”, destacou o observador da Santa Sé.

Ele explicou que as políticas sobre o fenômeno das imigrações na perspectiva dos direitos humanos encontram, com muita frequência, resistência. Por isso, falou sobre a importância de reconhecer a contribuição dos imigrantes e promover reformas legislativas que a reconheçam. “A Igreja recolheu numerosos testemunhos de imigrantes que não têm condições de retornar aos seus países, muito dos quais se encontram em armadilhas, sem perspectivas de futuro, sem acesso aos direitos sociais básicos, além de viverem sob o constante temor de serem pegos pela polícia”.

O representante da Santa Sé ressaltou a necessidade da cooperação entre os Estados, e relembrou o que disse o Papa na mensagem para a Jornada Mundial do Migrante e do Refugiado, a ser realizada em 2011. O papa Bento XVI recordou, no documento, a unidade da família humana e o seu desenvolvimento no bem. “Todos somos parte de uma só família, migrantes e populações locais, e todos temos os mesmo direitos de usufruir dos bens da terra, cuja destinação é universal”.

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