Papa canoniza quatro religiosas, entre elas duas palestinas

O papa Francisco canonizou, no último domingo, 17, quatro religiosas: Jeanne-Emilie De Villeneuve (1811-1854), francesa, que fundou a Congregação das Irmãs da Imaculada Conceição de Castres; Maria Cristina da Imaculada Conceição (1856-1906), conhecida como Maria Cristina Brando, italiana, fundadora das Irmãs Vítimas Expiadoras de Jesus Sacramentado; Maria Alphonsine Danil Ghattas (1843-1927), palestina, fundadora da Congregação das Irmãs do Rosário de Jerusalém; e Maria de Jesus Crucificado (1846-1878), chamada de Maryan Bouardy, palestina, carmelita descalça.

A canonização ocorreu durante missa realizada na Praça de São Pedro. Estiveram presentes o presidente palestino, Mahmud Abbas; o patriarca latino de Jerusalém, Fouad Twal, e uma delegação israelense que foi saudada pelo papa ao final da celebração. Entre os milhares de fiéis , estavam cerca de dois mil cristãos do Oriente Médio.

Durante a homilia, ao discorrer sobre Atos dos Apóstolos, Francisco falou que a missão de anunciar a Jesus não é uma tarefa individual, mas comunitária. “Graças ao testemunho dos doze apóstolos, muitos creram e da fé em Cristo ressuscitado nasceram e seguem nascendo comunidades cristãs”, disse. Francisco acrescentou, ainda, que “todo discípulo de Cristo é chamado a ser testemunha de sua ressurreição, especialmente em ambientes onde é mais forte o esquecimento de Deus e o desamparo do ser humano”.

Segundo o papa, para que isto ocorra é preciso “permanecer em Cristo ressuscitado e em seu amor”, a exemplo de Santa Jeanne Emilie de Villeneuve, que consagrou sua vida a Deus, aos pobres, enfermos, encarcerados, explorados. Ainda, de acordo com Francisco, esse mesmo amor conquistou Santa Maria Cristina Brando que, “do encontro com Jesus ressuscitado, presente na Eucaristia, recebia força para suportar o sofrimento e entregar-se com o pão partilhado a tantas pessoas distantes de Deus e famintas do amor verdadeiro”.

Francisco citou a humildade de Maria Baouardy que, mesmo analfabeta, foi capaz de aconselhar e dar explicações teológicas com clareza. “A docilidade do Espírito Santo a fez também instrumento de encontro e comunhão com o mundo muçulmano”, disse. Da mesma maneira ocorreu com Marie Alphonsine, que “entendeu o significado de irradiar o amor de Deus no apostolado, convertendo-se em testemunho de mansidão e de unidade, dando um exemplo claro de como é importante viver sobre a serviço dos outros”.

Audiência
No sábado, 16, pela manhã, Francisco recebeu, em audiência, o presidente da Palestina, Mahmud Abbas, que estava no Vaticano para participar da canonização das religiosas palestinas. No encontro, Francisco falou sobre a importância do diálogo inter-religioso e da luta contra o terrorismo.

De acordo com informações da sala de imprensa da Santa Sé, também foi falado na audiência sobre o acordo global entre as partes, que será firmado num futuro próximo, relativo a alguns aspectos essenciais da vida e da atividade da Igreja Católica na Palestina.

Além disso, estiveram em pauta assuntos como o processo de paz com Israel e os conflitos que afetam o Oriente Médio.

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