A cidade de Assis Brasil, no Acre, sediou o 1º Encontro da Pastoral da Mobilidade Humana na fronteira do Brasil com a Bolívia e o Peru. De 31 de julho a 2 de agosto, 45 pessoas das três nacionalidades debateram o tema “Situação Migratória na Tríplice Fronteira – Bolívia, Peru e Brasil”. O Setor Mobilidade Humana da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) colaborou na organização do evento, em parceria com a Pastoral de Mobilidade Humana da Bolívia, os padres jesuítas e as irmãs Catequistas Franciscanas, que atuam na cidade.
Entre os presentes no encontro estavam o bispo de Rio Branco, dom Joaquín Pertiñez Fernández; monsenhor Eugenio Coter, do vicariato apostólico de Pando (Bolívia); o vigário geral do vicariato de Puerto Maldonado (Peru), padre Daniel Wankun Vigil; a integrante do Setor Mobilidade Humana da CNBB, irmã Rosita Milesi.
Com o crescimento do fluxo migratório de várias nacionalidades na tríplice fronteira entre Bolívia, Peru e Brasil, principalmente de haitianos e senegaleses, e a ocorrência de violações de direitos humanos, contrabando de migrantes e tráfico de pessoas, foi proposto que, como Igreja, fossem gerados espaços e houvesse união de esforços “para visibilizar a temática e articular ações interinstitucionais de atenção, apoio, assistência e orientação a esta população vítima de violação de seus direitos”.
Durante o 1º Encontro de Pastoral da Mobilidade Humana na tríplice fronteira houve momentos de partilha e integração, motivando os agentes ao trabalho em conjunto na identificação das dificuldades, das causas dos problemas encontrados e na sugestão de ações.
O encontro resultou em propostas de ampliação e fortalecimento da equipe da Pastoral da Mobilidade Humana, na diocese de Rio Branco; atendimento prioritário a crianças e adolescentes migrantes; promoção de voluntários e comunidades no envolvimento e colaboração na atenção às pessoas em situação de mobilidade nas fronteiras. Também foi sugerido que sejam realizadas campanhas de informação sobre prevenção ao uso de drogas, com visibilidade aos problemas causados pelo que é considerado um dos grandes males da região.
A aproximação das pastorais e organismos da Igreja com o Poder Público também foi apontada pelos participantes. O objetivo é desenvolver “ações conjuntas e apoio recíproco no enfrentamento às questões sociais e às demandas para a devida atenção aos migrantes”.
O evento foi considerado, ainda, uma oportunidade de estreitamento de relações entre entidades religiosas que atuam na área de mobilidade humana, como as irmãs Scalabrinianas, os padres Jesuítas, os missionários Scalabrinianos e as dioceses de Pando, Puerto Maldonado e Rio Branco. O participantes desejam tornar a reunião algo habitual.