Dom Orlando Brandes
Dia 24 de maio de 2009, acontece no Santuário de Aparecida (SP), a “Peregrinação Nacional em Favor da Família” . O lema do evento é: “família, discípula missionária a serviço da vida”. A família é ninho do amor, berço da vida, comunidade de pessoas, patrimônio da humanidade.
Nossa peregrinação quer ser uma manifestação pública, um gesto profético, um grito de alegria, em prol da família que passa por crises, mas é indestrutível. É preciso evangelizar a opinião pública, as massas, com eventos corajosos e significativos. “Os bons não podem ser acanhados, quando os maus são atrevidos” (Paulo VI).
Em pesquisa realizada pelo Data Folha e IPEA (Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada), a família tem a aprovação de 97% dos brasileiros. Ela tem prioridade e primazia em nossa cultura. É um valor que vem antes do dinheiro, da saúde e do emprego. A família tirou o primeiro lugar. Não podemos deixar de aplaudir, defender e incentivar o valor da família em nosso País.
Nossos Parlamentares precisam de manifestações públicas favoráveis à família para terem amparo e apoio nas votações. Nossos fiéis e a pastoral familiar sentem-se fortalecidos com eventos que mostram a vitalidade, a importância e a centralidade da família, que é um bem para as pessoas, as comunidades e a sociedade. O bem merece manchetes na imprensa, porque é construtivo, difusivo, positivo, atraente.
A família tem sua fonte em Deus, que é “Comunidade de Pessoas” em seu mistério trinitário. Ainda mais, a família é a instituição mais antiga da humanidade, está acima do Estado e de qualquer outra instituição por estar a serviço da vida, da pessoa e da própria sociedade. O Estado está para a família e não a família para o Estado. Ela é sujeito titular de direitos naturais e invioláveis.
A Conferência de Aparecida e as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja afirmam que “a família é um dos eixos transversais de toda a ação evangelizadora”. Significa, a família está na raiz, na base, enquanto é fonte, é berço, é chão, é matriz, é o DNA de uma sociedade justa, fraterna e solidária.
A família goza do direito a políticas públicas governamentais e sociais, à vida digna, à alimentação, à saúde, à moradia, ao salário justo, à educação, ao lazer. Tudo isso faz parte da nossa peregrinação.
Problemas de alcoolismo, drogas, depressão, vícios, violência, segurança pública estão ligados à família. Nada pior para a sociedade que a desagregação familiar. Na verdade a família é nosso “segundo útero”, onde recebemos educação, cultura, sociabilidade, valores, limites, onde nos tornamos personalidades maduras.
Nossa peregrinação é um ato religioso e um ato cívico, um ato social e profético, com o objetivo de intensificar a pastoral familiar, os movimentos, as Frentes Parlamentares, os Institutos que defendem o “evangelho da vida e da família”.
A vocação da família é ser escola formadora de discípulos missionários a serviço da vida. Verdadeira “igreja doméstica” a família tem o dever de transmitir a vida, educar a fé, educar os filhos e colaborar com o bem da sociedade.
Fundamentada nos pilares do diálogo, do perdão, do carinho e da oração a família conseguirá cumprir sua missão e ser o futuro da humanidade, a esperança da sociedade. A CNBB em seu “Manifesto em Favor da Família”, de 29 de abril de 2009 reafirma que “os pais são colaboradores do Criador pelo amor conjugal, aberto à geração e educação dos filhos”. O manifesto conclama as pastorais, movimentos e poderes instituídos a serem promotores e amigos da família. “Dobremos os joelhos diante do Pai, de quem toda família no céu e na terra, recebe seu verdadeiro nome” (Ef 3, 15).
