Primeiro domingo do advento

Dom Eurico dos Santos Veloso

Quando esperamos uma visita que consideramos importante, arrumamos a casa, preparamos as refeições, preparamos a nós mesmos e aos nossos corações para a célebre chegada, antegozando um convívio feliz.

No mundo, existem muitas coisas que podem acontecer. Mas, há uma que não deixa a menor dúvida: um dia vamos morrer. E, para o cristão, isso significa encontrar-se com Cristo. Por isso, é necessária uma preparação. É preciso vigiar, preparando-nos para esse momento decisivo de nossa existência. Vigiar é próprio de quem ama, porque crê.

Nossa vida é passageira, porém, nem sempre nos lembramos disso. A vida não é pura sucessão de atos: é também luta. Se nós deixarmos de vigiar, poderemos perder o significado mais importante da nossa vida, desperdiçando assim o tempo que nos resta. Vigiar é atitude cristã de quem vive a vida em profundidade.

A terra que vemos e onde vivemos não nos satisfaz plenamente. Sabemos que existe nela muito mais do que as coisas que vemos. O que enxergamos é apenas a casca exterior de um Reino eterno, misterioso; e nesse Reino é que fixamos nosso olhar de fé. Por causa da salvação em Jesus Cristo, devemos nos comprometer mais plenamente na luta contra tudo o que hoje nos escraviza.

Toda desumanização desafia urgentemente os cristãos a expressarem, em atos, a salvação de Jesus Cristo. Diante da certeza do juízo de Deus e da incerteza do tempo, só é possível vigiar, ficar preparado, esperando o Cristo que vem. A hora de Deus chega até nos a cada instante, pois nosso tempo é revestido de eternidade.

Toda intervenção consciente da fé é um sinal da vinda do Filho de Deus que se manifesta na historia de cada dia, mas que anuncia sua plenitude no fim dos tempos.

As orações nos tornam mais próximos de Deus e mais preparados. Que saibamos rezar com fé, esperança, praticando a caridade.

Tags:

leia também