Reconhecidas as virtudes heróicas de Nhá Chica

O papa Bento XVXI reconheceu, nesta sexta-feira, 14, as virtudes heróicas da Serva de Deus Francisca de Paula de Jesus, conhecida como “Nhá Chica”. O reconhecimento faz parte da lista de decretos assinados por Bento XVI, que recebeu em audiência o prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, cardeal Angelo Amato, após a plenária dos bispos e cardeais da Congregação, ocorrida dia 11.

“Este é o penúltimo passo rumo à beatificação”, explica dom Diamantino Prata de Carvalho, bispo da diocese de Campanha, responsável pela introdução do processo de canonização de Nhá Chica. O próximo passo rumo à beatificação é o Vaticano reconhecer um milagre ocorrido pela intercessão de “Nhá Chica”. O milagre em estudo teria acontecido em 1995, quando a professora Analúcia Meirelles Leite, moradora de Caxambu (MG), foi curada de um problema congênito muito grave no coração, sem passar por cirurgia, somente através das orações à Serva de Deus Nhá Chica.

“Virtudes heroicas, ou simplesmente virtude heroica, é a designação canônica dada ao conjunto de requisitos de exemplaridade de vida que devem ser demonstrados para que se inicie o processo formal de canonização dentro da nossa Igreja Católica”, esclarece dom Diamantino. “A demonstração da existência de virtude heróica é feita pela análise, post mortem, do comportamento e percurso de vida do candidato à santidade, tendo de ficar claro, e para além de qualquer dúvida que, em vida, a conduta do candidato se pautou pela prática para além do comum das virtudes teologais e das virtudes cardeais”, acrescenta.

O movimento pela canonização de Nhá Chica começou em 1952. Em 1991, Nhá Chica recebeu da Congregação das Causas dos Santos do Vaticano o título de Serva de Deus. A Comissão em prol de sua beatificação foi instalada em 14 de janeiro de 1992. Já o Processo Informativo Diocesano começou em julho de 1993, tendo sido encerrado em 1995, quando foi para Roma.

Nhá Chica nasceu em São João del Rei (MG) em 1810. Era descendente de escrava, analfabeta. Passou quase a totalidade de sua vida no município de Baependi (MG) onde se dedicou às obras da Igreja e a ajudar aos mais necessitados.

Construiu uma pequena igreja dedicada à Mãe de Deus ao lado da casa onde morava. Esta igreja tornou-se o Santuário Nossa Senhora da Conceição. A Serva de Deus morreu em Baependi no dia 14 de junho de 1895.

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