Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)

 

Olhando as palavras do Apóstolo São Paulo, encontramos a seguinte frase: “… vos tornais, no Espírito, morada de Deus” (Ef 2,22). É o coração humano como verdadeiro santuário, como espaço onde habita a Santíssima Trindade, uma realidade que só é percebida dentro de uma visão de fé no mistério que manifesta a profunda relação existencial e amorosa de Deus com o seu povo. 

Na visão da cultura religiosa dizemos que Deus se manifesta nos diversos espaços considerados como sagrados. Entre eles citamos todas as igrejas, capelas, Santuários e Basílicas, onde se vive a fé como expressão comunitária do povo. Normalmente devem ser locais bem trabalhados arquitetonicamente, aconchegantes e facilitadores de clima que favoreça a espiritualidade de quem vai ali rezar. 

A elevação de determinada igreja ao título de Santuário é de responsabilidade da autoridade diocesana, que o faz por Decreto próprio. Isso depende da dignidade do templo, da piedade popular local e das peregrinações ali realizadas. O título de Basílica é de autoria papal, dando ao espaço uma dimensão de universalidade. Significa estreita ligação com o Santo Padre, hoje o Papa Francisco. 

Os Santuários e as Basílicas são realidades muito antigas na história e na vida da Igreja de Jesus Cristo. De forma mistagógica, o mistério da Santíssima Trindade acaba se revelando nessas ricas realidades que envolvem os sentimentos religiosos do povo de Deus. É a experiência da fé que passa também pela pujança da arquitetura armazenada num templo construído com sentimento e devoção. 

Distinguimos as Basílicas Maiores e as Basílicas Menores. Na cidade de Roma estão as quatro Maiores: São João de Latrão, São Pedro do Vaticano, São Paulo fora dos Muros e Santa Maria Maior. No passado eram chamadas de Basílicas Patriarcais. Hoje recebem o título de Basílicas Papais, por estarem sob a autoridade direta do Papa. Fora de Roma, as Basílicas recebem o título de Menores. 

Esses locais, respeitados como espaços sagrados, facilitam o relacionamento fraterno entre as pessoas e com a Pessoa de Jesus Cristo. Neles estão os púlpitos para anúncio da Palavra bíblica, como também lugar de proximidade das pessoas com a Trindade Santa, fonte motivadora de vivência da fé em Deus. Louvamos a Deus por essa dinâmica, que auxilia na prática da Aliança do povo com Deus. 

 

Tags:

leia também