Os representantes da Associação de Apoio e Assistência aos Condenados (Apac) e Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados (Fbac), Valdeci Antônio Ferreira e Tatiana Faria, foram recebidos pelo secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e bispo auxiliar em Brasília, dom Ricardo Hoepers, nesta terça-feira, 5 de junho, na sede da Conferência.
De acordo com Tatiana Feria, a CNBB é uma parceira histórica do projeto da Associação de Apoio e Assistência aos Condenados desde o nascedouro. “Todas as vezes que elegemos novos gestores a gente os apresenta à CNBB, apresenta a atual conjuntura do projeto para fortalecer esta parceria e continuar contando com a Conferência para a expansão das APACs em todo o país, incluindo o Distrito Federal”, disse.
A APAC se apresenta com uma proposta de alternativa mais eficiente em relação ao sistema prisional brasileiro. Segundo Tatiana o momento é opoturno por conta do julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 347 no Supremo Tribunal Federal. Na ação de controle de constitucionalidade foi reconhecido o “estado de coisas inconstitucional” da situação do sistema carcerário brasileiro. Todas as autoridades do país estão discutido alternativas para vencer este estado de coisas.
História e atuação

A APAC nasceu em 1972 em São José dos Campos (SP) sob a liderança de doutor Mário Otobone. De lá para cá se passaram mais de cinco décadas de um trabalho ativo feito pelas comunidades que permitem hoje o funcionamento de 70 APACs em nove estados da federação.
As APACs trabalham na recuperação dos presos, na proteção da sociedade, no socorro às vítimas e na promoção da justiça restaurativa. Para que estes objetivos sejam alcançados, é usada uma metodologia com 12 passos fundamentais que quando aplicados de modo harmônico produzem bons resultados. Um exemplo é a reincidência. Nos presídios do Brasil, o índice está em torno de 80% e nos presídios geridos pelas APACs está torno de 15%.
Diretor do Centro Internacional de Estudos do Método APAC, Valdeci Antônio Ferreira, informou que as APACs são administradas sem o concurso da polícia civil, militar ou agentes penais. “Trabalhamos dentro de um modelo de mútua recuperação no qual os próprios recuperandos ficam com as chaves dos presídios. Hoje entregamos o livro ‘APAC – a revolução de nosso sistema penitenciário’ ao secretário-geral da CNBB”, disse.
