Dom Fernando Arêas Rifan
Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney

 

Dia 10 de setembro, estipulado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), organiza nacionalmente o Setembro Amarelo, com o mote: “É preciso agir”, com esse mesmo objetivo da informação e prevenção.

Suicídio é o ato de tirar a própria vida intencionalmente. O Catecismo da Igreja Católica ensina: “Cada qual é responsável perante Deus pela vida que Ele lhe deu, Deus é o senhor soberano da vida; devemos recebê-la com reconhecimento e preservá-la para sua honra e salvação das nossas almas. Nós somos administradores e não proprietários da vida que Deus nos confiou; não podemos dispor dela. O suicídio contraria a inclinação natural do ser humano para conservar e perpetuar a sua vida. É gravemente contrário ao justo amor de si mesmo. Ofende igualmente o amor do próximo, porque quebra injustamente os laços de solidariedade com as sociedades familiar, nacional e humana, em relação às quais temos obrigações a cumprir. O suicídio é contrário ao amor do Deus vivo.  Se for cometido com a intenção de servir de exemplo, sobretudo para os jovens, o suicídio assume ainda a gravidade do escândalo. A cooperação voluntária no suicídio é contrária à lei moral”.

Mas o Catecismo ensina que muitas vezes essa culpa é atenuada ou mesmo nem existe: “Perturbações psíquicas graves, a angústia ou o temor grave duma provação, dum sofrimento, da tortura, são circunstâncias que podem diminuir a responsabilidade do suicida. Não se deve desesperar da salvação eterna das pessoas que se suicidaram. Deus pode, por caminhos que só Ele conhece, oferecer-lhes a ocasião de um arrependimento salutar. A Igreja ora pelas pessoas que atentaram contra a própria vida” (CIC 2280-2283).

É necessária, sobretudo na família, a observação. Os pais precisam perceber as mudanças de comportamento dos filhos, os sinais de algum problema.

Quem pratica o suicídio não quer o mal, mas quer fugir de um mal. As causas do suicídio são diversas, por exemplo, a depressão, o abuso sexual na infância, alta recente de internação psiquiátrica, doenças incapacitantes, impulsividade, agressividade, isolamento social, suicídio na família, doenças mentais, baixa autoestima, tristeza constante, distorção da imagem corporal, dificuldade com pessoas da mesma idade, insegurança, queda no desempenho escolar, crises de raiva, atração por comportamento de risco, etc.

A dependência das drogas é também muitas vezes a causa de suicídios. A Igreja oferece sua ajuda através da Pastoral da Sobriedade, como resposta de prevenção e recuperação da dependência química. E a religião vem oferecer o alívio e o conforto espiritual para se sair da crise que poderia levar ao suicídio, através da oração, da união com Deus e a confiança filial nele, do amor ao próximo, da vida santificada na família, através da harmonia e do amor, da fuga do ócio através da ocupação e do trabalho.

 

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