Sínodo dos Bispos para o Oriente Médio encerra neste domingo

Termina neste domingo, 24, no Vaticano, o Sínodo dos Bispos para o Médio Oriente. O encontro reuniu cerca de 185 participantes, que discutiram o tema “A Igreja dos fieis tinham um só coração e uma só alma” (At 4, 32). Do Brasil, participou o arcebispo de Aparecida (SP) e presidente do Conselho Episcopal Latino-americano, dom Raymundo Damasceno Assis.

Logo na missa de abertura do evento, o papa Bento XVI pediu esforço das religiões e da comunidade internacional em favor da paz no Médio Oriente.  “Todos são chamados a dar o seu próprio contributo: a comunidade internacional, apoiando um caminho fiável, leal e construtivo em direção à paz; as religiões mais presentes na região, promovendo os valores espirituais e culturais que unem os homens e excluem qualquer expressão de violência”, disse o papa.

Convidado especial para participar da assembleia episcopal, o conselheiro do Grão-Rabinato de Israel e diretor do Departamento para os Assuntos Interreligiosos do Comitê Judaico Americano, David Rosen, fez uma longa análise sobre o estado das relações judaico-católicas. “Quando se conhecem, judeus e cristãos colaboram e se apreciam profundamente”, afirmou em um dos trechos da sua fala, o rabino. Estas relações, no entanto, “passam despercebidas”, segundo o representante judeu, “na maioria dos países onde o catolicismo é a força social predominante”.

Entrevistado pela Rádio Vaticano, o bispo eparca de Nossa Senhora do Líbano em São Paulo dos Maronitas, dom Edgar Madi, falou do Sínodo e sobre a realidade da Igreja Maronita no Brasil. “Esse sínodo é para dar uma presença cristã no Oriente Médio. Para poder apoiar a presença cristã nesta região”, disse. Sobre a Igreja Maronita no Brasil, ele destacou que é a maior presença Maronita no mundo. São 5 milhões de fiéis espalhados por todo o país. “Estamos ensinando valores do povo do Oriente, e dizemos aos jovens que nascem no Brasil que é importante eles conhecerem o país dos pais para tomarem conhecimento da raiz dos seus valores e a sua ligação com o Oriente Médio”.

Na quinta-feira, 13, dois muçulmanos, o conselheiro político do Grão Mufti no Líbano, o sunita Al-Sammak e o xiita Aiatolá Damad, professor de Direito na Universidade de Teerã, falaram aos 185 padres sinodais. No centro dos seus discursos, proferidos na presença do papa, o diálogo entre o Islã e o Cristianismo. Compreensão recíproca foi o fio condutor dos discursos dos dois expoentes muçulmanos para descrever a relação entre cristãos e muçulmanos.

O Sínodo dos Bispos para o Oriente Médio, no entanto, está fazendo emergir também outras questões como a imigração, definida como um direito inalienável, em linha com o respeito da liberdade e da dignidade humana, a necessidade urgente de melhorar a comunicação olhando para a tecnologia digital, o ecumenismo, o verdadeiro desafio da Igreja contemporânea e a recuperação da família como Igreja doméstica.

O encontro

O Sínodo é uma assembleia consultiva de bispos que representam o episcopado católico, convocados para ajudar o papa no governo da Igreja. Ainda no encontro, Bento XVI destacou a importância de promover a unidade “no interior de cada Igreja, entre todos os seus membros” e nas relações com as outras Igrejas.

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