Vocações presbiterais- 01

 Dom Aloísio Alberto Dilli
Bispo de santa Cruz do Sul (RS)

Caros diocesanos. Após um ano de presença na Diocese de Santa Cruz do Sul, já foi possível viver momentos inesquecíveis e felizes, assim como experimentar e perceber realidades que trazem preocupações. Uma das situações que faz agradecer e traz alegria é a presença dos numerosos presbíteros, consagrados e consagradas e lideranças leigas; pessoas que amam a Igreja e por ela oferecem o melhor de suas vidas. Contudo, também percebe-se que nosso clero, nossos leigos engajados e consagrados e consagradas estão carecendo de presença mais numerosa por parte dos jovens, como constatou a preparação e realização da 12ª Assembleia diocesana, no final do ano passado. Dentro deste contexto, sem desconsiderar as vocações à vida consagrada e de lideranças leigas, precisamos muito falar sobre as vocações presbiterais na diocese. Faremos isso nas próximas mensagens.

Normalmente, as vocações presbiterais surgem dentro dum ambiente comunitário, em que o futuro seminarista vive sua experiência de fé. O processo adequado de Iniciação à Vida Cristã, o ser coroinha ou a participação em algum grupo juvenil, por exemplo, pode ter decisiva influência em sua futura decisão vocacional. Outras realidades, especialmente a família e a paróquia, contribuem para apoiar e alimentar a vocação dos chamados à vida presbiteral. O Papa Francisco afirma: “Os laços familiares são fundamentais para fortificar a autoestima sadia dos seminaristas. Por isso, é importante que as famílias acompanhem todo o processo do Seminário e do sacerdócio, pois ajudam a revigorá-lo de forma realista” (AL 203). Estas palavras, que nossa própria experiência pode comprovar, contém muita sabedoria. Igualmente é necessário que os seminaristas reconheçam, com maturidade humana e cristã, a realidade de suas famílias e saibam enfrentar eventuais problemas delas. Da mesma forma são sadias e significativas, durante o processo formativo, as experiências de ação pastoral com famílias nas comunidades, pois a elas haverão de servir em seu futuro ministério. É também verdadeiro que no processo formativo deve-se educar para a liberdade interior que permite a justa autonomia em relação à família, durante o tempo da formação e no exercício do ministério. Um sadio distanciamento é exigido pelo chamado do Mestre: “Quem põe a mão no arado e olha para trás, não está apto para o Reino de Deus” (cf. O Dom da Vocação Presbiteral, 148 e Lc 9, 62).

Tendo presente estes ensinamentos, realizou-se no dia 08 de outubro passado, o tradicional encontro dos pais dos seminaristas no Seminário Dom Alberto, em Viamópolis – Viamão/RS. Na mesma ocasião, vários seminaristas foram instituídos com ministérios: de Leitor, de Acólito ou Admissão às Ordens Sacras. Foi uma bela e significativa convivência de pais, seminaristas, formadores e outros mais. A presença do bispo, além de presidir o momento litúrgico, representou a atenção de toda diocese em relação às vocações. Que mais este encontro ajude a estimular todos os diocesanos a cuidar de nossos vocacionados, seja pela oração ou outras formas de apoio, estímulo e ajuda. Os futuros presbíteros de nossa diocese surgirão de nossas famílias e comunidades. Somos todos responsáveis por eles. Façamos nossa parte!

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