Um grupo de pessoas está reunido na cidade de San Pedro, Honduras, participando do 9º Encontro latino-americano e caribenho das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), que acontece de 14 a 21 de junho.
“Refletimos sobre a inculturação de um novo paradigma de evangelização na América. Civilização e cultura são campos de conflito na sociedade continental. Fica claro que precisamos superar um culturalismo romântico e defender a inculturação, mostrando que existem alternativas e caminhos como resposta as demandas do tempo presente”, afirmou o padre Vileci B. Vidal, um dos coordenadores 13º Intereclesial.
O padre Vileci afirmou que o 9º Encontro está servindo de novas bases de articulação das CEBs no Continente Americano. “Neste dia de encontro, estamos tratando do relançamento das CEBs no continente dada nestes quatros anos de caminhada. Vimos que o 12º Intereclesial no Brasil foi o marco deste relançamento para revitalizar as CEBs, tendo como fruto o Documento 92 da CNBB. Além disso, o 13º Intereclesial nos fez ver que precisamos discutir mais a relação CEBs e Religiosidade Popular na América”.
O religioso continuou explicando: “Neste sentido, a missão é pela conquista da América como lugar do diálogo e relação intercultural no campo da evangelização numa atitude ecumênica. Pois, não podemos aceitar a mudança do mundo sem a nossa participação. Percebe-se que na América Latina se dá uma reconfiguração religiosa, cultural e social. Mais que adesão, se firma um cristianismo na busca da justiça, da paz e do amor. E isso está vinculado ao fenômeno da migração que reconfigura as identidades e as relações étnicas internacionais e no interior dos países. Na América Latina se trata de uma realidade com a qual convivemos sempre como espaço multicultural e muito étnico (DA 56 e 57). A inculturação não é só uma questão de justiça frente aos povos, mas necessária para não sucumbir a verdade cultural frente aos novos neocolonizadores da globalização neoliberal. Na América Latina cresce o grito contra a desigualdade, dada as demandas dos grupos indígenas e afro-americanos que resistem a entregar suas tradições milenares a globalização neocolonizadora e avassaladora”, destacou.