“Vamos avançar pelo caminho da fraternidade, não queremos todos nos perder”. Foi parafraseando o Papa Francisco na encíclica Fratelli Tutti que o assessor da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Marcus Barbosa Guimarães, deu início ao Simpósio de Formação Ecumênica deste ano.
A partir do convite do Papa para acolher as diferenças “com a alegria de sermos irmãos”, e escolher o caminho da fraternidade, “porque ou somos irmãos, ou nos perdemos todos”, o Simpósio de Formação Ecumênica se propõe a refletir sobre o tema “Educar para o Ecumenismo e a Sinodalidade: para uma religião humanizadora”.
O evento foi aberto na manhã desta segunda-feira, 31 de janeiro, de forma virtual, com a participação de 75 pessoas, entre bispos, leigos e leigas, religiosas, religiosos, presbíteros, integrantes de outras igrejas cristãs e organizações ecumênicas, além de diáconos e seminaristas.
Representando os membros da Comissão para o Ecumenismo da CNBB, o arcebispo de Feira de Santana (BA), dom Zanoni Demettino Castro, afirmou ser o simpósio um momento de graça, mesmo no contexto de pandemia. Para ele, o “momento de crise é uma oportunidade muito valiosa para nós que acreditamos que o caminho da salvação cristã passa, necessariamente, pelo encontro com as pessoas, pelo diálogo, com a partilha, com a solidariedade”.
Dom Zanoni citou o Tempo do Natal, celebrado há algumas semanas. Nele, foi experimentada a realidade dos magos do Oriente que viram a Estrela que levava ao Deus Menino.
“Eu creio que esse momento expressa essa sabedoria tão antiga de todos os cantos e lugares. A salvação não só para o povo de Israel, mas todas as nações verão a salvação que vem de Deus. Esse simpósio aponta para esta disposição nossa: o desejo dos povos e nações. E como cristãos, nós queremos ser anunciadores dessa esperança”, afirmou
Na abertura do encontro, conduziu a oração o maestro católico José Luis Manrique, membro do Movimento Ecumênico de Curitiba (Movec).
Padre Marcus Barbosa introduziu a primeira conferência, situando-a na programação. O primeiro passo, segundo ele, é conhecer mais a realidade, o contexto cultural com seus desafios, entraves e possibilidades. “É o momento do ver, da escuta, que orientará as propostas do campo de ação ecumênico e inter-religiosos”.
O doutor Ricardo Mariz, da União dos Maristas do Brasil, e o professor Joaquim Alberto Andrade, aprofundaram o tema “Educar para a Esperança e o Cuidado Humanizador”.
Para Mariz, o encontro reafirma a possiblidade humanização através da escuta, do diálogo e da problematização, numa época “em que existe tanta indisposição para o diálogo, tanta indisposição para o encontro”.
Ao pensar o tema de educar para a esperança e o cuidado humanizador, partiu da constatação de que várias situações de humanização e de desumanização contam com um elemento comum, que é o conhecimento.
O Simpósio de Formação Ecumênica terá a sua segunda parte na manhã de terça-feira, 1º de fevereiro.