A PASTORAL DO NEGR@ surgiu na Arquidiocese de Goiânia em 1988, com o objetivo de conhecer, discutir e avaliar a verdadeira história do povo negro no Brasil e no Estado de Goiás. Daí, criar as condições necessárias e as possibilidades de tomar um posicionamento consciente e maduro frente à discriminação étnico-racial e à carência de políticas públicas e ações afirmativas que dêem visibilidade sócio-econômica, educacional ao povo negro goiano.
A discriminação racial ainda não acabou. Pelo contrário, discriminar as pessoas negras no Brasil, faz parte da cultural local e nacional, é aceito por várias famílias (dentro de casa), setores da educação escolar (nos livros didáticos) e por omissão de vários setores religiosos (quando os líderes religiosos não assumem a causa do povo negro). Por esses motivos o preconceito continua vivo. Há 120 anos, declarou-se no país o “fim” do regime escravocrata, mas as seqüelas da escravidão não desapareceu da mente e do comportamento de muitas pessoas da etnia branca.
Diante desse contexto histórico, não é ingenuidade afirmar que além de ser estranho, é pouco eficaz a elaboração de Leis (Ex: Lei 10. 639; Lei 3.788 e na Constituição da República Federativa do Brasil) com o objetivo de inibir a discriminação às pessoas, pois, a discriminação em qualquer circunstância, só desaparece quando um povo é educado (de ambos os lados) para as virtudes, para o respeito ao diferente, quando todos os povos têm igual condição econômica, educacional e participação na formação da sociedade.
A PASTORAL AFRO reconhece que a elaboração de Leis que objetiva garantir os direitos legais do povo negro é um instrumento importante, mas não pode ser uma constante. O poder público pode e deve investir e atuar nas instâncias sociais, onde o povo negro é maioria. Por isso, o povo negro não pode párar. A organização política- religiosa e a educação são meios eficazes para exigir e resgatar a nossa dignidade dentro da nossa pátria-mãe.
Coordenação: D’mare
Reuniões: Todo 1º Sábado de cada mês
