O encarceramento feminino tem sido proporcionalmente superior ao masculino nos últimos anos. O próprio Ministério da Justiça assume que a população carcerária feminina do Brasil cresceu 698% entre 2000 e 2016. Essa realidade reafirma a orientação do sistema penal. Revela, sobretudo, a reprodução das desigualdades e precariza ainda mais as condições de sobrevivência das mulheres presas.
Nos cárceres femininos, além das precariedades e violências comuns às prisões masculinas, as violações de direitos multiplicam-se: péssimo atendimento à saúde das gestantes, lactantes e mães; separação abrupta das mães e seus filhos, incluindo adoções à revelia; falta de notícias dos filhos; ausência de materiais de uso pessoal e de roupas íntimas; restrições, quando não raro a impossibilidade, para viver a identidade afetiva, psicológica e física; pouquíssimas visitas, vivendo um verdadeiro abandono da família e da comunidade, entre outros.
As mulheres que visitam seus familiares presos, apesar de sua perseverança, doação e resistência, passam por inúmeras formas de agressões e dificuldades, desde a revista vexatória, violência extrema, até o comprometimento de grande parte de suas rendas, além dos rótulos e rejeições que sofrem no dia a dia por serem parentes de pessoas presas.
As mulheres encarceradas são extremamente invisibilizadas e, com a atual pandemia do coronavírus, saber sobre sua situação se tornou ainda mais difícil. Por isso, a Pastoral Carcerária Nacional lança um questionário para compreender melhor como estão as mulheres encarceradas e, a partir disso, pensar e realizar ações.
“Pedimos, por gentileza, que agentes da PCr e familiares que visitam as mulheres encarceradas respondam a essas perguntas. O seu anonimato será garantido”, salientou a Pastoral.
O questionário pode ser acessado (aqui) na íntegra. Participe!
Com informações da Pastoral Carcerária Nacional