Uma conferência do presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Márcio Pochmann, encerrou as atividades do primeiro dia da reunião do Conselho Permanente da CNBB, que começou hoje, na sede da Conferência em Brasília. O economista, professor da Universidade de Campinas (Unicamp), falou sobre “O modelo de Estado e as teorias de desenvolvimento no Brasil hoje”.
Pochmann defendeu a necessidade de uma “refundação do Estado”. “O Estado que temos hoje se posiciona de maneira inadequada no que se refere às questões contemporâneas e se organiza de forma fragmentada quando as questões de hoje exigem ação totalizante”, explicou. “Somos um governo governado pelos mortos. Estamos fazendo uma ação com a interpretação dos que não vivem mais”, ressaltou.
Pochmann lembrou que a jornada de trabalho precisa ser revista e disse que o problema do desempregado não é só a falta de qualificação. “Há também problema de saúde e de transporte”, exemplificou. Em sua opinião, a redução da jornada de trabalho pode criar problema para as empresas “se o país não crescer”.
Segundo o economista, o Estado precisa reinventar o mercado. “O mercado que temos hoje não tem concorrência. Está tudo concentrado em 500 corporações. Grandes grupos é que dominam tudo e controlam o mundo. As corporações são tão grandes que não podem quebrar porque se isso ocorrer levam tudo à bancarrota”, destacou.
A reunião do Conselho Permanente da CNBB prossegue até quinta-feira. Um dos principais pontos da pauta é a elaboração de um documento sobre a Reforma do Estado que os bispos devem aprovar até o final da reunião.