Cerca de 80 agentes da Pastoral Afro-Brasileira do regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realizaram, no dia 31 de maio, o Conenquinho, encontro local de preparação para o VIII Congresso Nacional da Entidades Negras Católicas (Conenc). O evento realizado no Centro de Pastoral Belém, em São Paulo (SP), teve como tema “Profetismo, construindo uma sociedade justa e solidária” e lema “Chamei você para o serviço da justiça”.
Na ocasião foram abordados temas de subsídios sobre formação e trabalho da Pastoral Afro-Brasileira, como o texto base do VIII Conenc, preparado pela Comissão da Pastoral Afro-brasileira da diocese de Duque de Caxias (RJ), onde ocorrerá o encontro, no mês de julho. Também foi abordado o texto publicado pelas Edições CNBB sobre a “Formação para grupos de base” e o texto “Pensando o Brasil – A desigualdade social no Brasil”, aprovado durante a 53ª Assembleia Geral da CNBB.
Com assessoria do coordenador nacional da Pastoral, padre Jurandyr Azevedo Araújo, os participantes partilharam a caminhada e resgataram elementos considerados fundamentais para a reflexão sobre a história da Pastoral Afro-Brasileira e as formas que podem construir uma realidade na qual a população negra exerça sua cidadania, “gozando de seus direitos”.
Em carta compromisso divulgada ao final do encontro, os agentes definiram como desafio a continuidade de serem “profetas” e construir uma sociedade melhor. Esta construção, de acordo com o texto, deve enfrentar a realidade da ausência de educação que transforme a sociedade e a do extermínio de jovens negros por meio da busca conjunta com outras igrejas e com os poderes públicos de “possíveis soluções”.
“Acreditamos que estamos sendo melhores preparados para a realização do trabalho local. O que não podemos é deixar que este entusiasmo morra com o passar dos dias”, dizem no texto. O evento, de acordo com os participantes, “trouxe luzes” para a caminhada e, com o aprendizado, eles possuem elementos para mudança de posturas, a fim de assumir compromissos, organizar o trabalho nas paróquias, comunidades e dioceses e ter papel profético no enfrentamento do racismo.
“O Conenquinho renova as nossas esperanças, fortalece a nossa identidade de povo negro comprometido na Igreja e na Sociedade. Com a Pastoral Afro-brasileira saímos com vontade de ir ao encontro do outro, não ter medo do diálogo ecumênico e inter-religioso”, finaliza a carta com o compromisso de buscar a consolidação de políticas públicas que garantam ações afirmativas para a população afro-brasileira.