Aconteceu na manhã deste domingo, 14, em Santa Maria (RS), a 67ª Romaria Estadual da Medianeira. O evento, promovido pela diocese de Santa Maria, reuniu mais de 280 mil pessoas. A romaria é considerada um dos maiores eventos do Rio Grande do Sul e do Brasil.
Neste ano a Romaria comemorou os 35 anos da construção do Altar-Monumento do Parque da Medianeira e os 100 anos da diocese de Santa Maria.
A missa celebrada ao ar livre foi presidida pelo arcebispo da arquidiocese de Porto Alegre, dom Dadeus Grings, e contou com a participação de outros 14 bispos. A procissão saiu da catedral diocesana e percorreu a Rua do Acampamento e a Avenida Medianeira. O culto ecumênico no Altar-Monumento, onde foram depositadas relíquias do criador da diocese, Papa Pio X, e do padre jesuíta paraguaio, Roque Gonzáles, teve início às 10h. Durante o trajeto foram muitas as manifestações de fé promovidas pelos fiéis e devotos da Mãe Medianeira.
“É um evento muito importante, um grande ato de fé. Venho há cerca de 30 anos e agora trago minha filha pela graça alcançada. Ela tinha problemas de saúde e agora está bem”, explicou o ferreiro Ramiel Alves Ilha, 36 anos, morador da COHAB Santa Marta, zona Oeste de Santa Maria. “Sempre vim à romaria, pois é quando encontro minha família, que ainda mora em São Sepé. Acho que além da importância religiosa tem importância econômica, pois o comércio da cidade lucra bastante com a grande movimentação de pessoas na cidade”, justificou o lojista Lutero Moreira, 30 anos, de São Sepé (RS). O bispo da diocese de Santa Maria, dom Hélio Adelar Rubert, destacou a presença de fiéis de todos os recantos do Brasil. “É um sinal de fé”, assinalou.
Após o culto ecumênico, outras atividades relacionadas à programação da Romaria foram desenvolvidos. Às 15h do domingo, ocorreu a Benção da Saúde no Altar-Monumento, com a temática “Os problemas que as famílias enfrentam na atualidade”.
Histórico
A devoção a Nossa Senhora da Medianeira teve início na Bélgica e chegou ao Brasil, em Santa Maria, com o padre Ignácio Valle. Em 16 e 17 de novembro de 1926, a cidade presenciou uma batalha entre as tropas do Exército e da Brigada Militar (BM). As forças federais na cidade se revoltaram e os canhões do 5º Regimento de Artilharia Montada abriram fogo contra o quartel da força estadual. Foram mais de 200 tiros de canhão e 200 mil tiros de fuzil disparados. Um dos disparos atingiu o Seminário São José. A cidade ficou as escuras. Dois anos depois, o padre Ignácio Valle chegou à Santa Maria, trazendo a devoção à Mãe Medianeira. O religioso, que era fiel à Nossa Senhora, teve atendido um pedido de saúde. Ele mandou vir, da Bélgica, um santinho com a imagem da Medianeira. A imagem da Mãe foi pintada e colocada na Capela do seminário São José. O quadro é o mesmo que até hoje acompanha as romarias.