Santa Dulce dos Pobres é homenageada em Sessão Especial do Senado

Pouco mais de um mês após ser canonizada pelo papa Francisco, no Vaticano, Santa Dulce dos Pobres foi homenageada em Sessão Especial do Senado Federal, nesta quinta-feira, 21 de novembro. Ao lado de senadores e autoridades, o assessor político da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Paulo Renato Campos, compôs a mesa representando a presidência da entidade.

Padre Paulo Renato Campos. Foto: Fernando Reis/CNBB

Em seu discurso, padre Paulo Renato destacou que reconhecer o papel de Irmã Dulce na sociedade é prestar uma homenagem importante para a história do Brasil e lembrou que o anjo bom da Bahia, como era conhecida, não viveu para ela e sim para os outros.

“A oportunidade de homenagear Irmã Dulce é trazer aqui uma verdade teológica da Igreja. A fé e a vida não podem se separar. Nesse momento do Brasil, em que se usa muito o nome de Deus, é importante que esse utilizar o nome de Deus seja acompanhado pelas práticas em nome de Deus. A Irmã Dulce explicita isso e essa homenagem nos permite trazer essa verdade aqui que é teológica”.

A vocação para trabalhar em benefício da população carente teve a influência direta da família, uma herança do pai que ela levou adiante, com o apoio decisivo da irmã, Dulcinha. Além da inclinação para doar-se ao serviço solidário, na adolescência também manifestou, pela primeira vez, após visitar com uma tia áreas onde habitavam pessoas pobres, o desejo de se dedicar à vida religiosa. Aos 13 anos, transformou a casa dos pais num lar de acolhida e atendimento.

A homenagem à Santa Dulce dos Pobres foi um requerimento da senadora Kátia Abreu (PDT-TO), que considera a canonização um marco histórico e religioso que merece ser celebrado, principalmente nesse momento em que o país vivencia aumento dos índices de pobreza e desigualdade.

“Ela pode se tornar madrinha de uma ideia e de um momento difícil que o país está passando para mobilizar o coração das pessoas, mobilizar todos aqueles que de alguma forma podem contribuir, porque ela é uma pessoa anônima, não tinha cargo nenhum, ela fez um papel que muitos não fizeram com grandes oportunidades na mão, inclusive de caneta e decisão de dinheiro, e as vezes deixa de fazer o que irmã Dulce fez sem nada”, ressaltou.

Nascida em 26 de maio de 1914, em Salvador-BA, Irmã Dulce recebeu o nome de Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes. Em 1933, logo após a sua formatura como professora, entrou para a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, na cidade de São Cristóvão, em Sergipe. Em agosto do mesmo ano, recebeu o hábito de freira e adotou o nome de Irmã Dulce, em homenagem a sua mãe, e daí em diante trabalhou e lutou incansavelmente para dar dignidade aos mais pobres. Quando faleceu, em 13 de março de 1992, Irmã Dulce deixou um legado não apenas de fé, mas um conjunto de obras de caridade e socioassistenciais.

O processo de canonização de Irmã Dulce foi o terceiro mais rápido da Igreja Católica. O primeiro foi o do Papa São João Paulo II, que foi canonizado 9 anos após a sua morte; depois, madre Tereza de Calcutá, que foi canonizada 19 anos após a sua morte; e agora Irmã Dulce dos Pobres, canonizada 27 anos depois de sua morte. O dia litúrgico da Santa Dulce dos Pobres será celebrado em 13 de agosto.

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