Nesta quinta-feira, 12, termina em Altamira (PA), a Mobilização em Defesa do Rio Xingu: Contra Belo Monte, evento que reuniu 400 indígenas, ribeirinhos, agricultores familiares, atingidos por barragens e estudantes para debater a hidrelétrica de Belo Monte e demais projetos de infra-estrutura na Amazônia.
A mobilização Em Defesa do Rio Xingu: Contra Belo Monte será encerrada com uma grande marcha por Altamira, que parte da Catedral às 13h30 e contará com várias manifestações ao longo do percurso.
Às 14h, os organizadores do evento participam de uma coletiva de imprensa no Salão São Sebastião da Catedral de Altamira, na rua Coronel José Porfírio.
No último dia do evento, que começou no dia 9, serão fechadas as estratégias conjuntas de luta contra Belo Monte e demais grandes projetos na Amazônia que impactam Terras Indígenas e populações tradicionais (como os projetos de hidrelétricas no rio Madeira, Roraima, rio Tapajós, no Pará, e Teles Pires, Mato Grosso, e as obras na rodovia 163).
Também será apresentado em plenária o documento final do evento com a sistematização das demandas e definições do evento. Esse documento será encaminhado para o Acampamento Terra Livre, que acontecerá entre os dias 16 e 20 de agosto, em Campo Grande (MS), e em seguida enviado para os candidatos á presidência da República.
O evento
Na delegação indígena, além das etnias Juruna, Xipaya, Arara, Kuruaia e Xicrin da região de Altamira, participam do evento delegações Guajajara, Gavião, Krikati, Awá Guajá, Kayapó, Tembé, Aikeora, Suruí, Xavante, Karintiana, Puruborá, Kassupá, Assurini, Wajapi, Karajá, Apurinã, Makuxi, Tupiniquim, Javaé, Kaingang, Xucuru, Mundukuru e do Pará, Mato Grosso, Rondônia, Roraima, Tocantins, Acre, Maranhão, Tocantins, Bahia e Paraná.
Líder da resistência contra as barragens no rio Xingu há mais de 20 anos, o cacique Raoni Kayapó foi uma das principais lideranças a conclamar a unificação de todas as etnias da Amazônia contra a hidrelétrica de Belo Monte.
Primeiro encontro de grande porte a reunir todos os setores ameaçados por Belo Monte após a realização do leilão em 20 de abril, a mobilização selou a unidade entre o movimento indígena da Bacia do Xingu e ribeirinhos, agricultores e demais ameaçados pela usina em uma articulação de resistência unificada contra o projeto.