Regional Sul 3 e Congregação das Irmãs Franciscanas Aparecida se unem no atendimento às famílias vítimas das chuvas

A impressão é que já passou muito tempo desde as enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul. Nos cinco meses decorridos desde maio, a resiliência e a esperança impulsionaram a reconstrução em diversos lugares do estado, mas ainda há muitas famílias que necessitam de ajuda para vencer as angústias e as marcas daqueles dias.

Preocupada com a realidade da população gaúcha, a CNBB Sul 3 lançou no dia 1º de maio uma campanha em favor das vítimas das chuvas. Com a ajuda da Igreja de todo o Brasil – e mesmo de fora – a campanha ganhou força e possibilitou a arrecadação de R$ 17.403.227,71, até esta quinta-feira, 10 de outubro.

Para garantir a aplicação destes recursos de forma transparente e garantindo ajudar aqueles que mais precisam, o regional Sul 3 organizou os repasses através de projetos, acessados pelas paróquias, arqui/dioceses e congregações. Uma delas foi a Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhor Aparecida, que recebeu o total de R$ 544.500,00.

A irmã Célia da Costa Santos, responsável na congregação pela aplicação destes recursos, explica que a principal ação foi no cuidado com pessoas e famílias com necessidades especiais, acamados, enfermos e crianças atípicas:

“Nós chegamos em muitos espaços, através da Escola Especial para Surdos Frei Pacífico, do Colégio Rainha do Brasil, do Centro de Reabilitação de Porto Alegre (CEREPAL) e das comunidades dos bairros LAMI e Lajeado”, ressalta.

A estimativa da congregação é que desde julho, quando acessou o primeiro dos três projetos, foram atendidas e acompanhadas 400 famílias, beneficiadas com camas, colchões, jogos de panelas e talheres, televisores, camas hospitalares, cadeiras de rodas, cestas básicas, fogões, geladeiras e roupas de cama e banho.

Gratidão e solidariedade

Eu me sinto muito grata por toda a ajuda que estão nos dando. passamos por momentos muito difíceis aqui no Rio Grande do Sul, fomos muito atingidos, e eu agradeço muito pelo que recebemos, diz Iara Cardozo.

Ela e a filha, Amanda Borba Pacheco, receberam na quarta-feira, 9, a doação de eletrodomésticos viabilizados através dos recursos acessados pelas Irmãs Franciscanas Aparecida. Moradoras do bairro LAMI, no extremo sul do município de Porto Alegre, as duas tiveram as casas atingidas pela enchente e ainda sofrem para recuperar o que perderam.

“Recebemos com todo o coração e todo o amor uma geladeira, um fogão, um microondas, além decama, guarda-roupa e uma máquina de lavar. Sou muito grata por essas coisas. Precisava muito, muito mesmo, e não tinha condições de comprar. Muito obrigada”, expressa Amanda Borba Pacheco.

A entrega foi acompanhada pela irmã Célia e por Davi Rodrigues da Silva, gestor de projetos da congregação, além do padre Rogério Ferraz de Andrade, secretário executivo do regional Sul  3 da CNBB. Ele destaca que a solidariedade de todo o Brasil é o que possibilita auxiliar as pessoas necessitadas neste momento no Rio Grande do Sul:

Tivemos a oportunidade de ajudar mais famílias graças às doações generosas de tantas pessoas deste Brasil afora. Ajudar alguém é sempre um gesto de carinho e de humanidade. Deus abençoe todas as expressões de solidariedade e amor. ‘O que fizestes ao menor dos meus irmãos foi a mim que o fizestes’, ressalta padre Rogério.

Parcerias para chegar mais longe

O caminho utilizado pelo regional Sul 3 para garantir a aplicabilidade dos recursos arrecadados também foi a alternativa escolhida pela Congregação, que estabeleceu parcerias com outras instituições e lideranças. No caso do LAMI, quem melhor conhece a realidade do bairro e a necessidade de seus vizinhos e vizinhas é a Dona Zelia Maria da Silva Floriano, líder comunitária e coordenadora da ong Ester Mulher.

A iniciativa, criada em 2006 por Zelia, reúne cerca de 150 mulheres do Loteamento que leva o mesmo nome da ong para compreender e encaminhar as suas principais demandas: atendimento médico e psicológico, advogados para esclarecimento de direitos, cuidado com as crianças e outras necessidades. A partir das demandas das enchentes, o espaço criou uma cozinha comunitária, que ainda hoje serve 350 marmitas a cada dia para a comunidade.

Fotos: Victória Holzbach

 

 

Por Victória Holzbach | Assessoria de comunicação do regional Sul 3

 

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