Bíblia Novo Testamento

Obra indicada:

Variantes textuais do Novo Testamento, Análise e Avaliação do Aparato Crítico de “O novo Testamento Grego”. OMANSON, Roger L. (Ed.); Sociedade Bíblia do Brasil, Barueri – SP, 2010, 575 p.

Autor (breve apresentação): Roger L. Omanson é o editor da obra em português, que na prática é uma “adaptação do Comentário Textual de Bruce M. Metzger às necessidades de tradutores e estudiosos da crítica textual”. Roger L. Omanson é professor de Novo Testamento e lecionou no Seminário Teológico Batista do Sul, em Louisville, Kentucky 1979-86. Desde 1987 que ele tem sido consultor de tradução das Sociedades Bíblicas Unidas, trabalhando na América do Sul e na África Ocidental.

Sinopse:

Roger L. Omanson começa este seu texto com uma breve, mas boa introdução voltada inteiramente à problemática da Crítica Textual do NT. Mesmo tendo feito uma opção por um texto que fosse mais acessível a todos, onde “assuntos técnicos fossem explicados em linguagem não técnica”, o autor sabe que não é possível fugir e “evitar por completo o uso de termos e expressões técnicas”. Esta introdução responde muito bem às exigências da Crítica Textual do NT, tomada em consideração pelo texto O Novo Testamento Grego publicado pela Sociedade Bíblica do Brasil, que registra mais de 1.400 variantes em todo o NT, onde podemos dizer que as mesmas têm implicações para a tradução do texto bíblico nas línguas modernas, como é o caso do nosso português. É um texto que nos apresenta o que é a crítica textual e sua função, a história da transmissão do NT e os critérios para se escolher entre as variantes conflitantes no momento da reconstrução do texto grego do NT.

A segunda parte deste texto é uma apresentação de todos os livros do NT, com notas que colocam as principais variantes conflitantes presentes nos textos bíblicos, não incluindo “nenhuma argumentação exegética a favor ou contra as diferentes possibilidades” e também não recomendando “umas em detrimentos das outras”. O que o autor faz com todas essas notas é “alertar os tradutores para o fato de que existem lugares onde o significado e a tradução do texto podem ser diferentes, dependendo da divisão que se faz entre palavras, locuções e frases do texto”. Um ótimo texto, mas que não dispensa, de forma alguma, o já consagrado e mais exaustivo texto de Bruce M. Metzger: A Textual Commentary on the Greek New Testament (1994), que continua sendo o grande referencial neste sentido.

Partes principais da obra (cf. Índice):

1 – Introdução: A prática da crítica textual do Novo Testamento

2 – O Evangelho Segundo Mateus

3 – O Evangelho Segundo Marcos

4 – O Evangelho Segundo Lucas

5 – O Evangelho Segundo João

6 – Atos dos Apóstolos

7 – Carta de Paulo aos Romanos

8 – Primeira Carta de Paulo aos Coríntios

9 – Segunda Carta de Paulo aos Coríntios

10 – Carta de Paulo aos Gálatas

11 – Carta de Paulo aos Efésios

12 – Carta de Paulo aos Filipenses

13 – Carta de Paulo aos Colossenses

14 – Primeira Carta de Paulo aos Tessalonicenses

15 – Segunda Carta de Paulo aos Tessalonicenses

16 – Carta de Paulo a Timóteo

17 – Carta de Paulo a Timóteo

18 – Carta de Paulo a Tito

10 – Carta de Paulo a Filemon

20 – Carta aos Hebreu

21 – Carta de Tiago

22 – Primeira Carta de Pedro

23 – Segunda Carta de Pedro

24 – Primeira Carta de João

25 – Segunda Carta de João

26 – Terceira Carta de João

27 – Carta de Judas

28 – Apocalipse de João

Por que esta obra é referencial ou relevante (justificar):

Encontrar bons textos referenciais sobre a questão da Crítica Textual do NT em português é realmente um desafio. O texto A Textual Commentary on the Greek New Testament, de Bruce M. Metzger (1994), constitui, de fato, um referencial importante para os estudos do texto bíblico grego do NT, sobretudo no que diz respeito às variantes que temos para a reconstrução do texto chamado original. Mas infelizmente o texto de Metzger chegou até nós em inglês ou espanhol, além de ser bastante técnico. Mas, eis que agora finalmente temos uma boa ferramenta em português. Ainda que este texto não traga todas as variantes de Metzger, ele constitui um ótimo instrumento de trabalho para a leitura do NT grego. Aquilo que poderia se apresentar como uma falha, ou seja, a supressão de boa parte do Aparato Crítico do Texto do NT, acaba facilitando também a leitura aos não preparados em crítica textual. Por outro lado, o próprio autor deste texto nos recorda o valor de se ter diante dos olhos o Aparato Crítico do NT para uma maior compreensão do texto bíblico grego do NT. Neste sentido, este texto realmente é muito mais acessível ao público em geral e nos ajuda a “simplificar e ampliar” as notas contidas no texto de Metzger, que continua sendo muito mais exaustivo do que este que temos em mãos. Outro dado interessante também, é que este texto, voltado para o público brasileiro, contempla as várias opções que foram feitas nas diversas traduções que temos no mercado, protestantes e católicas, entre as quais a tradução Almeida, a TEB, a Nova Bíblia de Jerusalém e a da CNBB. Além de que muitas questões técnicas referentes à Crítica Textual podem ser esclarecidas já na introdução, intitulada “A Prática da Crítica Textual do Novo Testamento”.

Responsável pelas informações (nome/diocese/instituição):

Pe. Waldecir Gonzaga, Diocese de Jaboticabal, SP

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