Obra indicada: |
DROBNER, Hubertus. Manual de Patrologia, Ed. Vozes, Petrópolis 2003, 653 pp.
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Autor (breve apresentação) : Hubertus Drobner pertence ao clero da diocese alemã de Paderborn onde leciona há muitos anos. Igualmente de longos anos data a sua presença no Instituto Patrístico Augustinianum de Roma como docente. Além do eixo Itália-Alemanha, Drobner tem sido convidado para partilhar o resultado de seu trabalho em outros países, seja através de conferências, aulas, congressos. Como resultado desse intenso trabalho, encontra-se ampla publicação. Portanto, trata-se de alguém inteiramente inserido e atualizado na pesquisa patrística. |
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Sinopse: O manual de Patrologia de Hubertus Drobner constitui-se num importante subsídio para o estudo do cristianismo antigo aos alunos e interessados da teologia, dentro desta área específica. Logo de sua publicação em Roma, no ano 2.000, teve grande divulgação e apenas três anos depois já o encontramos traduzido em português e publicado no Brasil. Portanto o primeiro ponto a destacar nesta obra é a atualidade. Com ampla introdução, o manual insere o leitor no universo do cristianismo com vistas à Patrologia. A dificuldade de abranger a complexidade e amplidão das questões da Patrologia é resolvida com uma esquemática estrutura dividida em cinco partes distintas, subdivididas em capítulos específicos que podem abranger vários itens. Cada item, por menor que seja, oferece uma ampla bibliografia, facultando ao leitor e pesquisador possibilidade de aprofundamento das questões expostas. No mais, uma única questão pode ser enfocada de vários ângulos: histórico, doutrinal etc. As principais personagens de um determinado período apresentam-se, por vezes, classificadas em diversas categorias: pastores, exegetas, imperadores etc. Os principais documentos da Igreja Antiga são evidenciados através de um estudo específico realçando inclusive as infinitas discussões acerca de autoria, autenticidade e outras questões pertinentes ao estudo dos textos do cristianismo antigo. |
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Partes principais da obra: As cinco partes distintas da obra assim se apresentam: A Ia. Parte é dedicada à literatura apostólica e subapostólica. Após uma rápida visualizada no início da literatura cristã, a abordagem centra-se nos textos apócrifos e nos primeiros documentos escritos pelas comunidades cristãs, como a Didaqué, o Pastor de Hermas etc. A IIa. Parte toma como referência o período das perseguições e abrange toda a literatura do período, isto é, da metade do segundo ao início do IV século. A IIIa Parte traz por título “A Literatura da Igreja Imperial”, iniciando nos primeiros anos do IV século com o período constantiniano e estendendo-se até 430, às vésperas do I Concílio de Éfeso (431). Esta parte ocupa o maior espaço do manual. Considere-se para tanto o valor do IV século, o mais complexo de toda a antiguidade cristã, com a marca do final das perseguições, do despontar da Idade de Ouro da Patrística, a controvérsia ariana etc. A IVa. Parte faz a finalização do período patrístico, a saber, de meados do V até meados do VIII século. Uma Va. Parte fecha esta obra oferecendo um substrato bastante raro nos manuais de Patrologia: trata-se da literatura do Oriente Médio. Com efeito, a ingente produção literária greco-latina absorve a atenção do estudo do cristianismo antigo deixando pouco espaço para a valorização das literaturas nacionais e/ou regionais, Aqui, elas são valorizadas e sistematicamente elencadas: literatura siríaca, copta, etíope, armênia, georgiana, árabe e paleoeslava. |
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Por que essa obra é referencial ou relevante (justificar): Elaborar um manual de Patrologia pode apresentar-se como uma tarefa muito exigente e até ingrata. Constata-se isso pela pouca freqüência de obras do gênero. Do clássico manual de J. Quasten até nossos dias a incidência das publicações do gênero são raras. Essa realidade, em nível de Brasil, é ampliada pela barreira lingüística que o português apresenta à maioria de nossos alunos e interessados desta área da teologia e da história cristã. O que se vê são as freqüentes reedições das obras como que insinuando ao público um reconhecimento e quase lamento pela pouca renovação verificada nesta área da teologia. A Patrologia de Drobner vem atenuar esse panorâmica estanque renovando e inovando o modo de aproximar-se do amplo universo do cristianismo antigo. Indubitavelmente é uma das grandes novidades neste campo, como que encerrando o século XX e abrindo-se ao século XXI. Enfim, sua publicação para as várias línguas ocidentais só vem a comprovar o que se acaba de constatar. |
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Responsável pelas informações (nome/ diocese ou instituição em que atua): Pe. Edinei da Rosa Cândido – ITESC – Arquidiocese de Florianópolis, SC. |